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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Aulas nº 71 e 72


Kant contrapõe a Hume nos seguintes termos:

“Embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, isso não significa que proceda todo da experiência”.

Kant não dúvida da existência de conhecimentos científicos e por isso não perguntará se é possível o conhecimento, mas como é possível o conhecimento. Trata-se de esclarecer as condições de possibilidade de um facto (o conhecimento científico) e não de mostrar se há ou não conhecimentos científicos.


A forma como Kant organiza o seu pensamento passará pela resposta às seguintes questões:
Qual a origem do conhecimento e como começa?
O que o torna objectivo?
Quais as faculdades envolvidas no processo cognitivo e que papel desempenham?
O que posso conhecer e quais os limites do conhecimento?




- A “Crítica da Razão Pura”, é uma obra que pretende educar a razão, na medida em que, o facto de a razão ter um valor seguro, não significa que nela devamos confiar em todos os seus caminhos. (Crítica ao Dogmatismo Cartesiano)



- É essencial limitar o seu uso objectivo ou seja aquilo pelo qual ela nos conduz a um conhecimento seguro.


- Para estabelecer os limites da razão temos de procurar as fontes do conhecimento distingui-las e relacioná-las:

Conhecimento científico tem duas fontes (ambas indispensáveis ao conhecimento, não têm primazia uma sobre a outra):

1. Sensibilidade

A sensibilidade intui ou dá o que há para conhecer: os fenómenos. Intuição sensível é a matéria ou conteúdo.

N.B.: O conhecimento começa com a experiência. É a sensibilidade que nos dá objectos para conhecer. O que intuímos é já o resultado de uma primeira síntese designada por fenómeno.
O fenómeno é já trabalhado pelos conceitos puros de tempo e espaço. (um fenómeno é sempre uma coisa intuída/experienciada pelo sujeito).


2. Entendimento


O entendimento conhece os fenómenos estabelecendo entre eles relações necessárias (leis).
O fenómeno é a forma lógica do conhecimento.


Isto quer dizer que há condições a priori e que o sujeito desempenha um papel activo no processo de conhecimento não se limitando a receber passivamente o que percebe. Dirá, por outro lado, aos racionalistas que é verdade que o sujeito traz algo de si – o espaço e o tempo mas que isso sem a experiência nada é.

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